Egrégora é uma forma mental e astral criada e mantida por pensamentos e sentimentos persistentes e continuados, algo que adquire vida e se alimenta de sua fonte de origem, a saber, o espírito, o ser pensante, ou seja, nós. Torna-se quase uma espécie de entidade autônoma, como disse acima, fortalecida pela persistência e pela intensidade de correntes emocionais e mentais, que podem ser individuais ou coletivas, advindas do mundo físico ou do mundo espiritual.
Estamos vivendo momentos desafiadores no mundo, em particular em nosso país. A todo momento chegam até nós, de maneira instantânea, notícias que fazem crescer ainda mais a insegurança e a incerteza de um futuro promissor. A cada tragédia individual ou coletiva, a grande maioria se interroga: vale a pena continuar insistindo? Estamos mesmo vivendo os fins dos tempos? São os instantes finais da raça humana na Terra?
Em situações como essas, valem a pena algumas reflexões importantes sob o ponto de vista da essência e da espiritualidade. Parto do pressuposto de que quem está lendo este artigo traz em si o entendimento da vida como algo bem maior do que esses breves instantes que passamos aqui, nessa sociedade terrena, e que somos bem mais do que essa formatação orgânica, frágil e suscetível às intempéries da natureza. Entender nossa essência única e imortal nos possibilita alçar voos mais amplos e enxergar de maneira mais altruísta todas essas situações que marcam nossa sociedade terrena tão profunda e drasticamente.
Ainda sobre o choque do rompimento da barragem em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte (recentemente, completaram-se 6 meses da tragédia), procurei me libertar do peso angustiante que oprime meu coração. Eu me pergunto de onde vem tal constrição e por que, em dados momentos, sinto-a crescer e se tornar ainda mais angustiante… De onde ela vem? Por que tão intensa assim?
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Eu tenho por hábito, em momentos semelhantes, sempre buscar me ver e me sentir um ser transcendente. Não o “Marcos matéria”, mas a essência em que está Marcos atualmente e na qual, em outras épocas, já estiveram José, Maria, entre outras roupagens físicas temporárias. Sou um viajor, um espírito eterno. Pode parecer algo sem importância, mas, para mim, isso faz todo o sentido, amplia ainda mais minhas possibilidades de compreensão e, acima de tudo, de atuação.
No caso presente, em que vejo dor e destruição, procuro auxiliar o quanto posso. E por que digo isso? Simples: a partir do momento em que me proponho lidar não com o que pereceu apenas, mas, sim, com a essência – que sobrevive –, fico mais confortável e lúcido para atuar em favor do bem. Entendeu? Não? Explico: somos seres imortais estagiando entre uma e outra realidade física! As experiências vividas, sejam elas quais forem, jamais têm como função punir, mas, sim, redirecionar a rota individual e, por consequência, a coletiva.
Aqui, por gentileza, não se encaixam as palavras “certo ou errado” com suas características de entendimento. Caso isso ocorra, os horizontes se estreitarão e serão preenchidos por muitos conceitos que limitam nossa capacidade de entender e intervir positivamente. Continuemos: somos compostos de energia, a mesma que dá a condição de existência tanto à maior como à menor estrela que compõem o universo.
Podemos afirmar, então, que somos compostos de pó de estrelas. Somos o princípio inteligente da criação, segundo os orientadores espirituais, dotados da capacidade de cocriar de maneira cada vez mais ampla, a partir do instante em que assim desejarmos, passo a passo, dia a dia, de experiência em experiência. Nosso pensamento é vida e passa a compor toda a realidade à nossa volta e em nós mesmos e, de acordo com a intensidade e a continuidade, constitui o que os experimentadores e os estudiosos espiritualistas chamam de egrégora.
O que vem a ser isso? Onde posso comprar? É de comer ou de vestir? Nada disso, pessoal! Egrégora é uma forma mental e astral criada e mantida por pensamentos e sentimentos persistentes e continuados, algo que adquire vida e se alimenta de sua fonte de origem, a saber, o espírito, o ser pensante, ou seja, nós. Torna-se quase uma espécie de entidade autônoma, como disse acima, fortalecida pela persistência e pela intensidade de correntes emocionais e mentais, que podem ser individuais ou coletivas, advindas do mundo físico ou do mundo espiritual.
Posso afirmar que existem egrégoras positivas que protegem, atraindo, inclusive, as boas energias e, por consequência, afastando as cargas negativas. Locais ou grupos de pessoas que se reúnem de maneira alegre, participativa, visando à construção de melhores dias certamente terão ao seu derredor uma egrégora compatível com o nível vibracional de suas emoções e seus pensamentos, passando, inclusive, a usufruir da influência salutar. São exemplos os locais sagrados de oração, como Aparecida do Norte, entre outros, com egrégoras formadas e alimentadas pela fé dos devotos, onde, quando alguém consegue canalizar para si as energias psíquicas acumuladas ali, ocorre o conhecido milagre.
Agora, por gentileza, imagine a egrégora que neste momento campeia as regiões onde os rejeitos e a lama ceifaram vidas físicas e sonhos. Tente sentir a intensidade da energia que, neste momento, está sobre aquela região. Nessa situação em especial, a egrégora é densa e pesada, pois está sob a indução da perda, da dor, da tragédia.
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O ambiente físico modificado em sua beleza natural e igualado à intensidade de destruição impossibilita principalmente aquele que sente a dor “do agora” de se libertar de tal ambiência energética e espiritual, o que só faz a dor e o sofrimento aumentarem. A incapacidade de haurir forças para lutar o fixará na dor, que parecerá eterna, esteja ele na dimensão física, fortalecendo ainda mais esse ambiente de morte e destruição, esteja já na dimensão astral.
O que fazer para mudar isso? Como mudar essa realidade energética? Digo que é bem simples. Nós somos primeiro o que pensamos ser e, depois, o que sentimos e como agimos na vida. Essa é a chave que abre as portas para as mudanças que tanto desejamos.
Sentimento de perda e desolação estarão presentes, mas é importante que façamos esforços para que eles se transformem em uma indignação construtiva, de modo que não somente nossos pensamentos e nossas emoções nos orientem para soluções mais construtivas, mas também nossa maneira de nos portar diante de situações tão dolorosas. Este é o momento de auxiliar aqueles que, nas dimensões física e extrafísica, estão em trabalho constante a favor do bem, ajudando inclusive, talvez, sem saberem que isso muda a egrégora de dor.
A mente é o limite de nossas possibilidades; poderemos ser o que a mente determinar que sejamos. Nós somos primeiro o que pensamos ser e, depois, o que sentimos. Essa compreensão é o que possibilita mudar essa egrégora de pesar e tristeza que paira sobre nós todos neste instante. Observe o quanto é importante dar atenção aos nossos pensamentos e aos nossos atos para não gerarmos energias que possam contribuir para aumentar o caos. O maior dos avatares que estiveram aqui, na Terra, afirmou em alto e bom som: “Vos sois a luz do mundo”. Sendo assim, façamos brilhar as luzes do bem, desmanchando a egrégora da tristeza, abrindo novos horizontes, bem mais harmoniosos do que os atuais.
Marcos Leão é vice-presidente da Ordem dos Guardiões da Humanidade, onde é um dos instrutores. Médium, autor do livro Você com você, profundo conhecedor das obras espirituais e co-fundador da UniSpiritus ao lado de Robson Pinheiro, onde realiza atividades mediúnicas e sociais desde 1992.
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